Frameworks de métricas
Olá pessoal, tudo bem?!
Este é o primeiro artigo da série sobre métricas, nele eu vou falar sobre os frameworks mais conhecidos do mercado. No segundo artigo dessa série, mostrarei como implementar Métricas Piratas utilizando o Google Firebase.
Recentemente comecei a estudar mais um livro:
Esse livro me apresentou diversos desafios, o primeiro deles é o idioma, porque esse é o primeiro livro que leio em Inglês. Em segundo lugar, foi a densidade do conteúdo, pois o livro aborda diversos conceitos e hoje falarei mais especificamente sobre o capítulo 5: Analytics Frameworks.
1. Métricas piratas
O framework de métricas foi criado por Dave McClure e possui 5 etapas para monitorar: Aquisição, Ativação, Retenção, Receita, Referência (AARRR). (CROLL; YOSKOVITZ, 2013). No próximo artigo eu vou aprofundar sobre este framework mostrando como implementar ele na prática.
Imagem 1 — Métricas Piratas
Tendo como base o framework, os autores apresentam uma série de indicadores que podem ser usados para medir cada etapa do funil, conforme mostrado na imagem abaixo:
Imagem 2 — Indicadores para Métricas Piratas
2. Mecânicas de crescimento
Eric Reis apresenta 3 engines of growth , algo que eu traduzi de maneira livre como mecânicas de crescimentos. São elas:
Sticky Engine (Mecânica de cola):
Nessa métrica o foco é fazer com que os usuários continuem a utilizar o produto ou serviço de maneira recorrente ao longo do tempo. Algo semelhante a etapa de retenção das métricas piratas. (CROLL; YOSKOVITZ, 2013).
Virality Engine (Mecânica de viralizar):
A mecânica de viralizar diz respeito a como o produto vai atrair novos usuários e se popularizar ao longo do tempo, inclusive a capacidade de crescimento escalado é um dos conceitos principais de uma startup. Segundo Eric Ries, uma das maneiras de medir a capacidade de viralizar é utilizando coeficiente viral, algo calculado através do número de usuários que um usuário consegue trazer para o produto. (CROLL; YOSKOVITZ, 2013).
Paid Engine (Mecânica de pagamento):
Semelhante a etapa receita da métrica pirata, nesta etapa Eric Ries volta o olhar para como a empresa consegue criar um modelo de monetização sustentável ao longo do tempo, sendo assim, o pagamento imediato é somente uma das formas. Ainda segundo Reis, o custo de aquisição de cliente — quanto de dinheiro eu preciso investir para atrair novos usuários — e o ciclo de vida do cliente — quanto tempo ele usa o produto/serviço — são métricas importantes para monitorar nessa etapa. (CROLL; YOSKOVITZ, 2013).
3 . Lean Canvas
O Lean Canvas é uma ferramenta criada por Ash Maurya’s com base no Business model canvas, porém adaptado para o conceito de startup. De maneira geral, ambas as ferramentas podem ser utilizadas para levantar hipóteses importantes para o negócio. Confira a abaixo a imagem do Lean Canvas.
Imagem 3 — Lean canvas
Após a criação da primeira versão do Lean Canvas, é ideal que ao longo do ciclo de vida do produto/serviço, ele seja aprimorado e adaptado de acordo com os experimentos realizados, portanto, é necessário medir todas esses “blocos”. Para isso Ash Maury’s propõe as seguinte análise:
Problem (Problemas): Você identificou um problema real que as pessoas possuem?
Customer segments (Segmento de cliente): Você sabe qual é seu público alvo? Você sabe como acessar diferentes públicos?
Unique value proposition (Proposta única de valor ): Você procurou uma maneira clara, distinta e memorável de explicar porque você é diferente ou melhor?
Solution (Solução): Você consegue resolver o problema?
Channels (Canais): Como você vai entregar seu produto ou serviço ao seu cliente? Como você vai receber o dinheiro?
Revenue streams (Fluxo de receita): Por onde o dinheiro irá vir? Será uma vez só ou de maneira recorrente? Transação direta ou indireta?
Cost structure (Estrutura de custo): Quais são os custos diretos, indiretos e variáveis do negócio?
Metrics (Métricas): Você sabe quais são os números que você precisa olhar para entender o progresso do negócio?
Unfair advantage (Vantagens injustas): Quais são os diferenciais sobre o que você faz para os seus concorrentes?
Além disso, segue algumas métricas que podem ser monitoradas ao longo desse processo:
Imagem 4 — Métricas Lean Canvas
Conclusão
Existem diversos frameworks para medir o progresso do seu produto ou serviço, e minha ideia com esse artigo era expor alguns deles. Não existe framework melhor ou pior, assim como, não existe métrica melhor ou pior. Parafraseando uma frase de Douglas W. Hubbard, autor do livro “Como mensurar qualquer coisa: encontrando o valor do que é intangível nos negócios”:
“A mensuração cumpre seu papel quando ela diminui a incerteza”. (HUBBARD, 2015).
Entendendo essa frase, mensurar se torna uma atividade mais simples, porque nosso objetivo passa a ser diminuir a incerteza e não buscar a certeza absoluta.
No próximo artigo mostrarei como implementar na prática as métricas piratas e aproveito para fazer o convite, caso você tenha gostado do tema, para ler o próximo artigo também. Muito obrigado para você que leu até aqui e até a próxima!
Referência
CROLL, Alistair; YOSKOVITZ, Benjamin. Lean Analytics: Use data to build a better startup faster. O’Reilly Media, 2013.
HUBBARD, Douglas W. Como mensurar qualquer coisa: encontrando o valor do que é intangível nos negócios. Qualitymark Editora Ltda. Rio de janeiro, 2015.